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Ó lua, o argênteo véu se espalma
por sobre a noite eterna
que eu tenho dentro d'alma
Ao teu luar de prata
um beijo originou
o amor que aquela ingrata
em cinzas transformou
Ao teu luar!
Às ondas, espúmeas serpentinas
às líricas ondinas
à branca espumarada
um infeliz lamenta
que amando enlouqueceu
Ó lua prateada
esse infeliz sou eu!
Alvo sol, branca luz
que iluminaste sobre a cruz
a fronte de Jesus
vem luzir por sobre a minha dor
Ó vem ungir minh'alma a cair
neste abismo de amor
Oh! Lua, pudesse eu, qual um astro,
Na Luminosa umbela
Seguir-te o elúrneo rastro
E, de saudade dela,
No espaço derramar
O pranto que entre estrelas
Transforma-se ao luar.
A meditar, ho! Lua,
Assim entre a cortina
Da al;cova constelada,
De renda alabastrina
Qual noiva pensativa
Pareces minha amada.
Por quem a padecer.
Espero até morrer.
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