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Da labuta à penúria
Tão ridículo quanto um livro de auto-ajuda,
Tão banal quanto a falta de consenso,
Hoje só rimam paixão e coração
Ninguém se importa com o que está acontecendo.
São as cidades cada vez mais violentas,
São os benefícios e direitos arquivados,
Em um país que já nasceu endividado,
Engordam vacas, os deputados e o planalto central.
Seqüestradores, Assaltantes e tarados,
Protegidos pela má legislação,
Familiares em luto, revoltados,
Se escondendo de balas sem direção,
Idosos, doentes e universitários,
Esperando uma contribuição,
Enquanto o dinheiro dos impostos é mal gasto,
Que eles fingem aplicar numa educação de merda!
Pedofilia, estupro e prostituição,
Pornografia gera emprego e diversão.
Racismo, fome e desilusão,
Miséria aumenta ibope na televisão.
Tráfico de animais, turismo sexual,
Criança pobre se tornando marginal.
Trabalho escravo, greves em hospitais,
Festas de alta classe em fotos de jornais.
Pagar pra ter cultura,
Saúde e proteção,
Lutar pra sobreviver
(cada dia é um dragão),
Da labuta à penúria,
A árdua vida da nação.
Tirar da mesa, por na igreja,
Esperando salvação.
O choro preso na garganta que inflama,
O grito mudo trancado pulmão,
Colhendo sobras que alimentam a esperança,
Como alimentos garimpados no lixão.
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