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A boca só se cala quando o tiro acerta.
Eu sou o sangue e o defunto no chão da favela,
A oração da tia sem comida,
O mendigo com a perna cheia de ferida.
Eu rimo o ladrão que mata o playboy,
O viciado que toma tiro do gambé do GOE,
O detento que corta o pecoço do refém,
O alcolatra no bar bebendo 51 também.
Canto a história do traficante,
do ladrão no banco bebendo seu sangue,
do moleque com a testa no muro da FEBEM,
do nordestino tomando sopa na 70,
Canto do corpo que bóia decomposto no rio,
a 12 que entra na mansão a mil, "cadê o dinheiro tio, não tem, então bum, vai pra puta que o pariu"
O meu assunto é favela, farinha, detenção.
Sou locutor do inferno até a morte. Facção
É uma gota de sangue em cada depoimento,
infelizmente é rap violento,
Eduardo, Dum Dum, Eric 12, lamento.
Versos Sangrentos.
Pode ligar, pode ameaçar, enquanto a tampa do caixão não fechar minha voz tá no ar.
A boca só se cala quando o tiro acerta tá
Quando o tiro acerta
A boca só se cala quando o tiro acerta tá
Quando o tiro acerta
A boca só se cala quando o tiro acerta tá
Quando o tiro acerta
A boca só se cala quando o tiro acerta tá
Quando o tiro acerta
Falo do mano com a PP carregada,
que por porra nenhuma te mata,
da criança vendendo seu corpo por nada,
da família que come farinha com água.
O humilde brasileiro aqui da periferia,
que usa tênis da barraca, camisa da galeria,
canta pro moleque com fome, sem conforto,
não roubar seu rolex, não cortar seu pescoço.
"Dá os dólares, senão vai pro inferno"
É isso que eu tento evitar com meu verso que defende quem não pode se defender, que tá do lado de quem assalta pro filho comer.
Não aceno bandeira, não colo adesivo, não tenho partido, odeio político. A única campanha que eu faço é pro ensino e pro meu povo se manter vivo.
Não enquadrar o boy de carro importado, abaixar o revólver, procurar um trabalho, é uma gota de sangue em cada depoimento, infelizmente é rap violento,
Eduardo, Dum Dum, Eric 12, lamento.
Versos Sangrentos.
Pode ligar, pode ameaçar, enquanto a tampa do caixão não fechar minha voz tá no ar.
A boca só se cala quando o tiro acerta tá
Quando o tiro acerta
A boca só se cala quando o tiro acerta tá
Quando o tiro acerta
A boca só se cala quando o tiro acerta tá
Quando o tiro acerta
A boca só se cala quando o tiro acerta tá
Quando o tiro acerta
Não canto pra maluco rebolar,
meu som é pra pensar, pra ladrão raciocinar,
não tô na TV nem no rádio,
Não faço rap pra cuzão balançar o rabo.
Quero minha voz dando luz pro presidiário, denunciando a podridão do sistema carcerário,
tirando a molecada da farinha,
não quero seu filho na mesa do legista.
Eu tô do lado da criança com fome, desnutrida, que dá bote na burguesa e corre na avenida.
Sou igual qualquer ladrão, qualquer assassino,
um revólver, um motivo é só o que eu preciso,
pra roubar seu filho, meter um latrocínio.
Quem viu a mãe pedindo esmola tem sangue no raciocínio.
Meu ódio, meu verso, combinação perfeita.
A revolta do meu povo é o veneno da letra, menos violenta que um prato com migalha, ou
o ladrão te cortando com a navalha.
Eu canto o cortejo do carro funerário, o pai de família sonhando com salário, é uma gota de sangue em cada depoimento, infelizmente é rap violento,
Eduardo, Dum Dum, Eric 12, lamento.
Versos Sangrentos.
Pode ligar, pode ameaçar, enquanto a tampa do caixão não fechar minha voz tá no ar.
A boca só se cala quando o tiro acerta tá
Quando o tiro acerta
A boca só se cala quando o tiro acerta tá
Quando o tiro acerta
A boca só se cala quando o tiro acerta tá
Quando o tiro acerta
A boca só se cala quando o tiro acerta tá
Quando o tiro acerta
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