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A saudade não é indolor. Às vezes é colorida de amor, de histórias engraçadas, de sorrisos e inúmeras gargalhadas. Outras vezes nos resgata o vazio da ausência e isso basta para que meio mundo desabe dentro da gente. Ela expande. Não diminui. Não se enfraquece. Cresce com o passar do tempo e acelera na gente a vontade de para sempre que ficou pela metade. Do sorriso que deixou de ser dado, do abraço que deixamos de entregar, das conversas que deixamos de confidenciar.
Saudade aperta o calo do coração. É ingrata. Ao mesmo tempo é doce, rabiscada de sonhos, de fé e esperança. O tempo não para. E a saudade também não. É amor que não tem pressa de ir, que não quer ir. Amor que não desbota, que não dilui, que não empobrece. Amor que cresce, que se sustenta de memórias, de aventuras e de muitas mãos estendidas. Saudade é ventania, brisa leve de verão. É riso frouxo e um vasto vale de lágrimas. Saudade se tempera com o passar do tempo, mas nunca deixa de existir.
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