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Em que consiste a fortaleza do tronco e o sacrifício anônimo das raízes, senão para servirem à realeza da árvore e condicioná-la a produzir frutos?
Mas, se há prazer no ato de servir, então, o que sente um peito, embalado pelo martelar de um coração que entoa indiferenças aos reclamos dos que tangenciam seu caminho?
Um ser apático, também é murcho, o que é murcho, também seca, o que seca, também cai, o que cai, tende à “putrefação”, e nem tudo que se putrefaz, fertiliza.
Vê Paulo! Rodopiou e conseguiu estatus, e com eles, teve às mãos muito do que os olhos viram e o coração cobiçou, porém, só se saciou quando, por graça, provou o líquido que purifica e dá um espírito novo, dando-lhe consistência, direção e sentido à vida; e com sua necessidade divina, transbordou: “Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e dos anjos, se em mim não tivesse o amor, seria como sino ruidoso ou como címbalo estridente. Ainda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda ciência; ainda que eu tivesse toda fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse o amor, eu não seria nada. Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse o meu corpo às chamas, se não tivesse o amor, nada disso me adiantaria...” (1 Co 13:1...).
Ter no peito um coração desobediente à razão, quase sempre é incômodo e rende sacrifícios. Por isso, poucos descobrem que, a consistência de um ser não estar só no que resulta da sequência do dia-a-dia, buscando sobressair-se no que supre as necessidades materiais, nem no cumprimento dos deveres; isto, como já dito, “são apenas as cascas da vida”, jamais irrigarão a essência que revigora um peito e o fertiliza para acolher o que impele os seres à procura do belo. Este impelir leva o ser a repartir calor humano, e neste repartir, cumpre-se o que leva o ser à direita d’Aquele que agradeceu: “... Pois eu estava com fome, e vocês me deram de comer; eu estava com sede, e me deram de beber; ... todas as vezes que vocês fizeram isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizeram” (Mt 25:31-46).
Por isso, não aja só sob regras e no alcance da lógica, pois quem ama, costuma ultrapassar limites, consagrar o vinho, tomar o cálice e crucificar seus sentimentos.
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