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Se a vida me dissesse que é generosa, eu lhe diria que não é humana. Que é ferrenha na forma de distribuir a destinação dos seus residentes. Que determina a multiplicação dos seres para sua tirânica satisfação; destina seres inocentes e indefesos aos recantos mais indesejáveis e lhes impõe limitações; coage-os a margens onde só os roedores se sentem bem. Trata-os como refugo de um produto que passa por uma classificação e o resto é jogado à putrefação. E não é nada satisfatório vê-los sendo enganados, pelos beneficiados, com argumentos de que eles serão exaltados na “reciclagem” da renovação... É sem sentido expor um ser amado ao sofrimento e depois de esfacelá-lo se fazer seu salvador. De que precisa ele ser perdoado? Ora, se aos ecos de dores não merecem ser dado ouvidos, que sentido tem o cálice da cruciação? Que utilidade tem o remédio se é dado quando não há mais dor?
Estar ultrapassado o lema da recompensa, mas ele insiste em nos fazer crer que não é injusto impor sofrimento àqueles que não tem culpa
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