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A obsessão é um dos maiores escolhos da mediunidade; também um dos mais freqüentes.
Assim nunca seriam demasiados os cuidados em combatê-la porque, além dos inconvenientes pessoais que disso podem resultar, é um obstáculo absoluto
à bondade e à veracidade das comunicações.
Em qualquer grau que se a considere, desde que a obsessão é resultado de um constrangimento, este jamais poderia ser exercido por um bom Espírito. Disso resulta que toda comunicação dada por um médium obsidiado é suspeita e não merece confiança. Se, por vezes, nelas se encontra algo de bom,
deve-se tomá-lo e rejeitar tudo quanto
seja simplesmente duvidoso.
A obsessão é reconhecida pelos seguintes caracteres:
1º - Persistência de um Espírito em se comunicar, bom grado, mau grado, pela escrita, pela clariaudiência, pela tiptologia, etc., obstando
a manifestação de qualquer outro;
2º - Ilusão que, não obstante a inteligência do médium, o impede de reconhecer a falsidade
e o ridículo das comunicações que recebe;
3º - Crença na infalibilidade e na identidade
absoluta dos Espíritos que se comunicam e que,
sob nomes respeitáveis e venerados,
dizem coisas falsas e absurdas;
4º - Confiança do médium nos elogios que lhe fazem os Espíritos manifestados por seu intermédio;
5º - Disposição de afastar-se das pessoas que
lhe podem dar avisos úteis;
6º - Intolerância para a critica feita
às comunicações que recebe;
7º - Necessidade incessante e inoportuna de escrever;
8º - Constrangimento físico qualquer, dominando a vontade e forçando a agir ou a falar mau grado seu;
9º - Ruídos e desordens constantes ao seu redor,
dos quais se é causa ou objeto.
Allan Kardec
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