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Quando eu provar o sabor das nuvens,
Me lambuzar na aquarela boreal do cosmos
E tingir de cores a massa negra universal
Eu volto.
Não sem antes chegar ao fim,
Ao limite do infinito,
A fronteira entre o tudo e o nada,
Para contemplar o verdadeiro vazio.
Nadarei por entre as raias orbitais:
Derivando, velejando e divagando,
Apostando corrida com foguetes
A bordo de meu táxi-lunar.
Agora, só desço daqui amarrado.
Viagem sem volta só de ida:
Sem prazo nem tempo certo.
O jantar que me espere!
Cadê a graça que estava aqui?
Me sinto tão sozinho...
Aqui tem tanto Espaço...
E como que num passe de mágica
Voltarei pra casa por uma passagem secreta:
Um buraco-negro
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