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Que uma borboleta
Sorrateira entrava
Em meu quarto e
Ligeiramente voava
Pra dentro de mim
De repente
Surgiu do Nada
Um campo vazio e quente
Que não tinha fim
A borboleta surgiu parada
Mesmo fronte a mim
E linda flutuava
Com asas de cetim
Subitamente
Quis capturá-la
Tê-la sempre
Perto de mim
Num impulso
Pensei que a apanhava
Mas que estranho
Como me enganava
Que ela fugia de mim
De repente
O campo transformou-se
Em Nada
Um Nada que não tinha fim
E dei por mim assustada
No meio do escuro
E do Nada em
Que muito queda e parada
Procurava por mim
Foi quando vi
Que ao fundo flutuava
A borboleta sublime que esperava
E para lá corri
Surpresa inesperada
Que enquanto corria
Do infinito Nada
Surgia
A cada passo que dava
Cor e música e som
O próprio solo que pisava
Flores e campos
Um mundo infindo enfim
E a borboleta bela continuava
Levemente voava
Para o infinito sem fim
E eu corria e não cansava
E o mundo
Surgia de mim!
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