Letra da Música: Criminologia - Xeg

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O carro aparece para dar a cana
Aos putos e umas gramas, sem proveito mas com fama
Dada pela vizinha que fica à janela em vez de estar na cama
É a chama de quem a vida não programa
Juventude que odeia e ama
O bairro, a zona que os rodeiaÂ… Drama
O filho nasce para a semana
Sem emprego, ele e a dama
No panorama de enredo e trama
Decorações de porcelana partem em vidas insanas
Álcool, vícios, fulanas
Estas são as histórias das planícies urbanas
Revistas da Ana, o amor e uma cabana
Romances em Havanna
Nada disto faz sentido para esta espécie humana
De corações de pedra
Pulmões, volumes de erva
Vidas levadas ao limite estilo depósitos na reserva
É pouca a pessoa que conserva valores honestos nesta terra
Pequenas batalhas não dão p'ra vencer a guerra
Quem te encosta à parede e os dentes cerra de arma em punho
Se for preciso bate, espanca-te
Â…Berra à vontade, ninguém se dá como testemunho
Nesta cidade de prédios, guettos, barracas
Com estas amizades, prédios, pretos e facas
Realidades sem remédios
Nos becos as vacas a dar a rata
Atrás da paca ao vira lata e ao magnata
E a percentagem a quem a maltrata
Uma relação psicopata a quem carrega ouro e prata
É a chapa 3Â…E o novo jogo
Dinheiro, putas, droga e agora armas de fogo
Criminologia do centro à periferia
De quem descobriu um dia
Que com o trabalho só o patrão enriquecia
Vida do caralho com que ninguém sonharia
Carro, gás, luz, água, conta da mercearia
Despesa com os filhos
Confusão, barulho, estrilhos
Discussões da merda a tirar folga a gatilhos

A noite desce sob a rua, continua a rotina
À luz da lua, nos becos e esquinas a vida é crua
Álcool e gajas, meninas ficam em casa
Anjos ficam sem asas
Homens apostam o ordenado todo numa vaza
ArdeuÂ…P'ra mim, p'rós meus, p'rós nossos, p'rós teus
Para todos ateus que rezam a um Deus fictício
São notas, moedas, bolsas em queda
Economia que incendeia almas como labaredas
É o sacrifício de quem 'tá à beira do precipício
P'ra eu te ser sinceroÂ…'Tou farto disto
Desconfiança, stress
Oportunidade que não aparece
E o trabalho que não oferece condições
E quem promete logo esquece no dia a seguir às eleições
Revolta e mágoa, refeições a pão e água
Salvações, tijolo e tábua
Crimes e polícias são as rábulas escritas
Pelos miúdos do nosso tempo
A qual acompanhamento não fez parte do crescimento
Desenvolvimento económico não traz igualdade
Isto nas cidades traduz-se no aumento da criminalidade
Que é a criminologia do centro à periferia
De quem descobriu um dia
Que com o trabalho só o patrão enriquecia
Vida do caralho com que ninguém sonharia
Carro, gás, luz, água, conta da mercearia
Despesa com os filhos
Confusão, barulho, estrilhos
Discussões da merda a tirar folga a gatilhos


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